Saudações Companheiros!

A luta deles é para segregar, a nossa luta é para unificar. Nossa luta não é a luta do contrapoder: é a luta do antipoder. John Holloway

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

ATENÇÃO: Passeata contra o VLT!

VAMOS EM LUTA PELOS NOSSOS DIREITOS, NEGADOS PELO SENHOR DITADOR GOVERNADOR CID GOMES! 
ABAIXO A ESSA ARROGÂNCIA DE "BONDINHO"!
VAMOS MUDAR ESSA HISTÓRIA...!


sábado, 19 de novembro de 2011

MST: Solidariedade aos estudantes da USP



A terra, assim como a educação, são latifúndios que historicamente sempre estiveram nas mãos da elite brasileira, fazendo com que servissem somente aos seus interesses. Mas ao mesmo tempo, a classe trabalhadora se organizou para lutar contra esses latifúndios. O MST e o Movimento Estudantil são provas dessa organização da classe trabalhadora.

O que se viu na ação da Polícia Militar do último dia 8/11 foi mais uma demonstração da truculência e arbitrariedade com que o governo do estado de São Paulo tem tratado os movimentos sociais nos últimos anos, com a clara intenção de reprimir e criminalizar as lutas e os lutadores sociais que sonham em construir um mundo mais justo.

Porém, essa não é uma ação isolada. Faz parte da estratégia que o capital tem para com o nosso continente: transformar todos os bens em mercadoria. A educação e a terra, para eles, são somente mais uma dessas mercadorias. Da mesma forma acontece em outros países, como por exemplo no Chile e na Colômbia, onde leis de reforma da educação propostas pelos governos tem o claro objetivo de transformar a educação em mercadoria.

Mesmo com os avanços desses processos de privatização da educação, os estudantes seguem se organizando e se mobilizando, como demonstram os estudantes chilenos que estão em luta desde o inicio desse ano e os estudantes colombianos, que há cinco semanas estão em greve e hoje fazem uma grande marcha em defesa da educação pública. Para os estudantes chilenos e colombianos, todo nosso apoio e solidariedade.

É nosso dever e nossa tarefa defender uma educação pública, gratuita e de qualidade para o campo e à cidade. Não podemos permitir mais que fechem escolas no meio rural como vem acontecendo nos últimos 10 anos, onde mais de 37.776 escolas do campo foram fechadas. Temos que defender a autonomia e a democracia dentro das universidades e escolas, com eleição direta para reitores e diretores.

Lutaremos por mais verbas para a educação, tendo na bandeira dos 10% do PIB para educação o nosso instrumento de luta para melhores salários aos professores, aumentar a verba para assistência estudantil, expandir o ensino público com contratação de professores e técnicos administrativos e a melhoria da infraestrutura das escolas e universidades no campo e na cidade.

Repudiamos a ação truculenta e antidemocrática da polícia de São Paulo sob o comando do governador Geraldo Alkmin e do Reitor João Grandinho Rodas. Basta de repressão e criminalização das lutas sociais!

Por esse compromisso histórico do MST com a Educação Brasileira, viemos por meio desta carta demonstrar toda a nossa solidariedade e apoio aos estudantes da Universidade de São Paulo, que lutam por autonomia e democracia nos rumos dessa importante universidade do nosso país para que ela represente de fato os anseios do povo brasileiro.

Direção Nacional do MST

Por greve, estudantes e professores são ameaçados de morte em Rondônia


Manifestantes que exigem melhores condições de ensino na Universidade Federal de Rondônia (Unir) estão sendo intimidados com bilhetes anônimos

Estudantes e professores da Universidade Federal de Rondônia (Unir) estão sendo ameaçados de morte por meio de bilhetes anônimos pregado em portas de laboratórios e departamentos do campus de Porto Velho. Os bilhetes são uma retaliação às protestos que ocorrem na Unir contra o reitor Januário de Oliveira Amaral e pela exigência de mais investimento no ensino da Universidade.

Nos bilhetes, os opositores indicam os nomes de pessoas que podem ser assassinadas. Ao todo, oito foram ameaçadas de morte. No texto, os criminosos dizem: “Não adianta cantar vitória antes do tempo. Muita água ainda pode rolar... Segue alguns nomes que podem descer na enchente do rio”.


No contexto da região amazônica, a expressão “descer na enchente do rio” é associada à prática de desova de cadáveres nos rios. Além de ameaças anônimas, há registro de uma ameaça verbal feita quando uma estudante de psicologia, integrante do comando de greve, foi abordada na porta da sua casa por homens encapuzados, que disseram que ela morreria em breve.

Estas não são as primeiras tentativas de intimidação sofridas pelo movimento docente e discente. No último dia 22 de outubro, o professor de História, Valdir Aparecido de Souza foi preso por dois estudantes da Universidade que também são policiais federais (veja vídeo nesta matéria). Eles não usavam distintivos e acusaram o professor de ter atirado um artefato na direção deles, o que foi negado por estudantes e professores que estavam na manifestação.

Valdir passou uma noite no presídio “Urso Panda”, em Porto Velho, e foi indiciado por incitação à violência, resistência à prisão, desacato à autoridade, entre outros crimes, que somados lhe rendem quatro anos de prisão. A liberdade provisória foi concedida com as prerrogativas do professor não comparecer à sede da Universidade Federal de Rondônia enquanto o movimento grevista estiver em curso.

Estudantes estão em greve desde 14 de setembro e ocupam o prédio da reitoria desdeo dia 05 de outubro, exigindo a demissão do reitor Januário de Oliveira Amaral, acusado de corrupção e improbidade administrativa.

Segundo o comando de greve do movimento, um dossiê com mais de 1.500 páginas foi produzido por estudantes e professores e comprova os crimes cometidos pelo reitor. O documento está sendo investigado por uma comissão de sindicância do Ministério da Educação (MEC).


Professores também estão paralisados. Além da saída de Januário, docentes e alunosquerem investimentos em infra-estrutura e contratação de profissionais para os sete campi da Unir. Eles se queixam da falta de salas de aulas e professores efetivos, a inexistência de restaurantes e hospital universitário, laboratórios e bibliotecas. Pais dos universitários apóiam o movimento.

Em 2008, depois de forte mobilização estudantil, Oliveira assinou um termo de compromisso com os alunos se comprometendo a melhorar a infra-estrutura. Entretanto, segundo os manifestantes, apenas um dos compromissos foi realizado parcialmente.

Fonte: Brasil de fato

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

DITADOR COLAÇO!

Uma UVA de “cegos”!



Vivemos na sobrevivencia em meio ao real sucateamento de uma universidade que apresenta sérios problemas, e que apesar do passar dos tempos ainda não os resolveu. Não irei entrar na discussão em enumerar os diversos “contratempos” que nós alunos da UVA enfrentamos, más posso desde já lançar certas reflexões, e sobre elas atrair certos “incomodados”, pois eles não se retiram, eles revolucionam.
Ora, a crise que enfrentamos é moral, está na nossa real falta de ética, na verdade estamos repetindo simbolos que a sociedade vigente apresenta, e que até este exato momento não descolonizamos o chamado senso comum, o maldito status quo. Logo nós que nos intitulamos de acadêmicos, exibindo méritos no dizer pelo ensino superior, e que repetimos as mesmas ações retrógradas que nos coloca como subordinados. Nossa voz deveria ser mais expressiva, sem mesmo necessitar levar investidas inimigas para poder agir ou reagir, logo só reage aquele que é “cego”! Nossa cegueira é absurdamente retardada, nos arrastamos com este mau a décadas e só agora estamos revertendo nosso caso após levar certas rasteiras, más nunca é tarde para mudar, para transformar.
Logo o pior cego é aquele que não quer enxergar, aquele que mesmo ciente dos problemas visíveis no meio acadêmico vira as costas, cruza os braços e age com lastimável egocentrismo. É aquele que ajuda no real conservadorismo da sociedade recusando dar as mãos e braços para uniões e ações sociais, não acredita na mudança resumindo-se no seu próprio eu. Torna-se o pior cego aquele indivíduo fechado para mudanças e debates, para a os causos da eminente realidade, e sobre ela transformar. No pior dos casos, este cego pode se tornar inimigo desarticulando o que está sendo articulado, desarrumando o que está sendo organizado, acorrentando o que está sendo liberto. Este ser não faz parte da cadeia evolutiva da sociedade, e sobre ela não exerce nenhuma forma de importância, por outro lado intensifica as subordinações, as inúmeras escravizações de povos miseráveis condenados por um sistema desigual, individualista e competidor.
A todo momento nos deparamos com certos atrasos, somos desrespeitados e rejeitados na proporção que apresentamos algo para a sociedade, arrotando preconceitos. Basta entrar na concepção sobre a importância da sua voz. Pergunte-se quais foram os momentos que você foi consultado sobre as ações deliberativas nesta instituição de ensino, e faça contrapontos com os momentos que você deveria lançar respostas para as perguntas provenientes desta mesma instituição. Quer dizer, na real falta de participação popular (estudantil) devemos satisfações aos anseios da reitoria, más os “REItoristas” nada tem a haver com a nossa desgraça educacional. É preciso cuidar dos nossos olhos, braços e pernas, é preciso enxergar, agir e lutar, como diz a célebre frase musical: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

Eduardo Marques
Diretório Central dos Estudantes- DCE UEVA

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Acompanhem: Link de vídeos de manifestações do DCE UEVA!

DCE/UEVA-na Assembléia dos estudantes em Tianguá

Inauguração do Restaurante Universitário-UEVA-DCE 2011/2012

Manifestação Concurso já !!! C.A de Engenharia

Greve dos professores do Estado do Ceará (Sobral)

http://www.youtube.com/watch?v=L4aqF-mDT5c

ENCONTRADO: BESTA FERA TIRÂNICA!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Concepções sobre: OS MOVIMENTOS SOCIAIS E A ORGANIZAÇÃO POPULAR.



Federação anarquista do Rio de Janeiro


Organizar as forças do povo para realizar tal revolução [social],
é o único fim daqueles que desejam sinceramente a liberdade.
Mikhail Bakunin



“No sentido que quer substituir uma sociedade fundada na iniqüidade, na exploração da imensa maioria dos homens por uma minoria opressiva, no privilégio, no ócio, e em uma autoridade protetora de todas essas belas coisas, por uma sociedade fundada nessa justiça igual para todos e na liberdade de todos. [...] Quer, em resumo, uma organização econômica, política e social, na qual todo ser humano, sem prejuízos para suas particularidades naturais e individuais, encontra uma igual possibilidade de desenvolver-se, instruir-se, pensar, trabalhar, agir e desfrutar a vida como homem.”[Mikhail Bakunin. A Dupla Greve de Genebra, pp. 92-93.]

“Em certas épocas, que são geralmente as precursoras dos grandes acontecimentos históricos, dos grandes triunfos da humanidade, tudo parece avançar num passo acelerado, tudo respira força: as inteligências, os corações, as vontades, tudo vai em uníssono, tudo parece ir à conquista de novos horizontes. Então, estabelece-se em toda a sociedade, como uma corrente elétrica que une os indivíduos mais afastados num mesmo sentimento e as inteligências mais díspares num mesmo pensamento que imprime a todos a mesma vontade. [...] Mas há outras épocas sombrias, desesperantes, fatais, onde tudo respira a decadência, a prostração e a morte, e que manifestam um verdadeiro eclipse da consciência pública e privada. São os refluxos que segue sempre as grandes catástrofes históricas.”[Idem. “Algumas Condições da Revolução”. InConceito de Liberdade, pp. 128-129.]

Este artigo é um trecho de Anarquismo Social e Organização

Valeu aos 73 estudantes da USP por 6 dias de ocupação e confronto com 400 policias e o Brasil‏




‏Em cerca de duas horas, a PM cumpriu a ordem judicial de reintegração de posse do prédio da Universidade de São Paulo. Pela manhã, as chaves da reitoria foram entregues a um oficial de Justiça pelo comando da polícia. A operação começou por volta das 5h20 desta manhã envolvendo aproximadamente 400 policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar.

400 policiais para 73 estudantes

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), após retirar os estudantes, a polícia fez uma primeira vistoria no local. Havia pichações nas paredes, tinta e materiais de escritório jogados no chão, garrafas de bebidas, rojões e fios elétricos espalhados. No 1º andar do edifício, a Polícia Militar apreendeu sete garrafas de coquetel molotov. Logo na entrada, um dos motores elétricos que abrem o portão de acesso ao prédio da reitoria estava arremessado no chão, junto com várias cadeiras, papéis e material de escritório. A perícia será feita ainda hoje, para a avaliação completa de danos ao patrimônio.

Desde o dia 2, os estudantes estavam acampados no prédio principal da reitoria da USP. Primeiramente foi divulgado que seriam 70 estudantes presos, mas a polícia corrigiu o número para 73. Do grupo, sete alunos foram detidos por depredarem uma viatura da PM, na parte de fora do prédio da reitoria. Na quinta-feira (2), após um violento confronto com policiais militares que fazem a segurança do câmpus Butantã da USP, um grupo de estudantes decidiu ocupar o prédio. Eles pedem o fim do convênio entre a universidade e a PM, firmado após o assassinato do aluno Felipe Ramos de Paiva, em uma tentativa de assalto dentro da universidade.

Os estudantes que mantinham ocupado o prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) estavam dormindo quando foram surpreendidos pela Polícia Militar (covardes)

"Eles foram pegos de surpresa, não tiveram nenhuma reação, não houve o uso de nenhum tipo de arma. A chegada foi silenciosa. Em menos de dez minutos, o prédio já estava ocupado e eles, contidos”, explicou a coronel Maria Yamamoto. (covardes)

A invasão aconteceu por parte de um grupo descontente com a resultado de uma votação em assembleia que decidiu, na terça-feira, por 559 votos a 458, encerrar a ocupação do prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). O grupo deslocou o portão de trás do edifício da Administração Central, usando paus, pedras e cavaletes, e em poucos minutos chegou ao saguão principal do prédio. A FFLCH havia sido ocupada depois que a PM abordou três estudantes no campus por porte de maconha na quinta-feira da semana passada e tentou levar os usuários detidos. Os policiais usaram gás lacrimogênio, e alunos teriam ficado feridos após confronto.

e tudo isso porque 3 pessoas estavam fumando uma Planta???

onde está a policia quando milhares de pessoas matam outras pessoas, roubando caráter em troca do seu bem estar em troca de dinheiro e dinheiro?

esperando eles dormirem pra deter?

E a ditadura de fato acabou ou se mascarou como tudo que  o capitalismo corrompe  na falsa idéia de fortaleza?

onde está  a liberdade ?

Será que estamos lutando de fato  contra o inimigo certo?

Será que se está  lutando de fato?

domingo, 6 de novembro de 2011

OCUPA! PORQUE AMANHÃ JÁ É HOJE



Abaixo segue um trecho do texto enviado por Jean Pires de Azevedo Gonçalves, Bacharel em Geografia e Mestre em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo

Ao passar pela reitoria agora, e ao observar sua fachada sóbria, me vem a imagem das barricadas de pneus coloridos, para dar um toque de irreverência, e das faixas, pichações e grafites da Ocupação. A Ocupação foi o movimento mais importante, no meio estudantil, dos últimos vinte anos pelo menos. Nunca uma greve na USP, que hoje, como se costuma dizer, já faz parte do calendário escolar, repercutiu tanto como esta. A Ocupação era, ao contrário do que se insinuava, a própria greve: no momento em que a Ocupação findou, a greve também acabou. Durante o período em que a ameaça de uma ação da tropa de choque se fazia iminente, furgões com antenas que iam até o céu, da imprensa espreitavam, como abutres negros, dia e noite a Ocupação. Também não houve um único jornal que não noticiou diariamente a Ocupação. A Ocupação foi um momento ímpar que canalizou uma série de reivindicações que extrapolavam a esfera elitista da maior universidade do país. O que estava em jogo, não era apenas a revogação dos decretos e aí continuar tudo como estava, mas se vislumbrou a possibilidade de um questionamento que ia para todas as direções. Colocou-se em questão, por exemplo, o sucateamento do ensino público, fundamental e médio, já consolidado; o fim do vestibular; a exclusão dos proletários e dos negros da universidade pública e de qualidade; os conflitos no campo e na cidade; a falta de moradia; a violência generalizada; os efeitos da sociedade de classes; a Universidade Livre; e tantas outras coisas que se interligavam e que se confluíam e transformavam a Ocupação na ponta do iceberg das demandas sociais. De fato, andando pelas ruas, alguma pessoas que nunca tiveram a oportunidade de entrar numa faculdade perguntavam para mim por que a tropa de choque não despejou os estudantes. A resposta podia ser dada pelos próprios alunos da USP: “Você acha que a tropa de choque vai entrar aqui, cheio de gente da classe média, média alta e alta, cheio de filhos de figurões importantes, como juízes, políticos, etc.?” Esta era também uma das explicações para a baixa participação dos alunos moradores do CRUSP na Ocupação: “só tem filhinho de papai lá” – explicação esta, diga-se, falaciosa, pois a participação inexpressiva dos cruspianos se deve muito mais há uma estratégia de mudança do perfil dos moradores, cada vez menos engajados em assuntos políticos, empregada pela administração da Coseas. No entanto, a pergunta que se devia fazer era o por quê da tropa de choque desbaratar freqüentemente com truculência acampamentos de sem-terra, ocupações de sem-teto, manifestações de camelôs, etc. Isto porque as leis, como bem demonstras Kafka, são inacessíveis ao povo, os guardiões, um mais terrível que outro, guardam os seus portões. Talvez mesmo o termo “invasão” seja o mais explícito e correto: não concordamos com estas leis que são um instrumento de uma classe para punir e controlar as demais! Ou talvez devêssemos pensar em outro modelo e ainda manter o termo “ocupação”. Aliás, vide a resistência do Prestes Maia, a maior ocupação da América Latina, invunerável à tropa de choque.

     Porém, um fato pode surpreender, numa das reuniões da Ocupação, quando se perguntou quantos alunos provinham de escolas públicas, a maioria levantou a mão…

     Por outro lado, a Ocupação da REItoria, longe de ser perfeita, de alguma forma conseguiu aglutinar demandas que lhe eram alheias e se tornou universal, independentemente de sua vontade, como se mencionou acima. Seu poder simbólico e real foram assustares. O status quo tremeu: ora, no ano passado, o PCC; agora, os estudantes que invadiram a reitoria da maior universidade do país. Evidentemente, não se pode comparar estes dois “atores sociais”, a Ocupação caminhava para um sentido de transformação social, por si só, sem violência, com poesia; ao contrário daquele, que reafirma o sistema só que por um outro lado. De fato, a Ocupação caminhava para essa radicalidade. O que ela poderia, com seu exemplo, deflagrar pelo resto do país? Realmente, preocupante! Seu turbilhão de reivindicação superava interesses salariais, acordos espúrios, bagatelas do tipo 5%, 10% de alguma coisa, etc. Como recebia uma das faixas quem entrava pelo saguão da REItoria, fazendo memória ao Maio de 68 e aos Situacionistas: “Sejamos realistas, façamos o impossível!”. O próprio professor Henrique Carneiro, do PSTU, narrou na Ocupação que Maio de 68 começou com reivindicações mínimas para, depois, as barricadas tomarem as ruas. Então por que os partidos e facções políticas fizeram de tudo para refrear esta possibilidade? Só mesmo a sua institucionalidade pode explicar tal fato: talvez jogo de poder ou apropriação e controle das abstrações políticas em si mesmas. Ou seja, mudar para não mudar nada.

     Neste sentido, a Ocupação possibilitou mesmo a livre participação política de qualquer um, sem necessariamente estar ligado a um grupo partidário. Trouxe a oportunidade de todos se manifestarem em pé de igualdade. Socializou a participação política, dando luz as trevas da alienação política. Portanto, num certo momento, as pessoas lá não queriam delegar suas decisões e reduzir sua participação apenas ao ato de levantar os braços nas votações, relutavam em ser massa de manobra e aceitar tudo de cima para baixo. Aliás, como na Ocupação se insurgiu contra as manobras ou ao aparelhamento dos espaços de reunião. A Ocupação, quiçá, chegou muito próxima ao ideal da democracia direta!

     Por isso, discordo totalmente da retórica vazia que era usada e abusada pelos partidos. Quando se dizia, por exemplo, que a Ocupação era meramente um símbolo e, sob tais conjunturas, eram necessários instrumentos mais eficientes de negociação, pergunto: desde quando um símbolo não é um instrumento, está aí a ideologia que não me deixa mentir. E por que a Ocupação não é um instrumento eficiente? A repercussão nos meios de comunicação e na sociedade jamais vista em uma greve da USP nos últimos anos talvez responda esta pergunta, com uma pequena ressalva, a Ocupação acabou roubando a cena. Mas se aceitássemos o argumento, um símbolo é uma representação, vazia e estática, distante da/ou forjando uma realidade, podendo ser usado para o bem ou para o mal. Todavia, nada indica que na realidade a Ocupação foi um símbolo, senão por força do discurso. Talvez o termo mais adequado seja exemplo ou modelo, assim como foi Maio de 68, e o seu significado, repleto de conteúdo, foi a sua história original que mobilizou estudantes e não-estudantes de todo o país. E, verdade seja dita, seu mote primordial está assentado ou inspirado no Segundo Congresso dos movimentos sem-terras: “Ocupar, produzir, resistir”. Quanto aos termos quase metafísicos “fluxo”, “refluxo”, “correlação de forças” etc., e frases repetidas a exaustão, de acordo com o movimento das marés, do tipo “é preciso analisar a correlação de forças e compreender que o movimento está em refluxo (ou em fluxo)”, perguntamos, que “forças” ou desde quando o movimento operário ou dos explorados não esteve algum dia em refluxo? Os trabalhadores sempre estiveram em desvantagem, suas conquistas demandaram muitas perdas, infinitas vezes maiores do que a dos dominantes. Basta lembrar que meses depois da Revolução de Outubro, em 1917, foram proibidas greves e reivindicações sociais como bem relataram em correspondências os camaradas anarquistas, perseguidos – e, não raro, torturados – pelo regime totalitário leninista. Talvez, diante de todo esse espetáculo, devêssemos lembrar o anarquista russo, Suvarin, do romance “Germinal” de Émile Zola: “Besteiras!” Assim, se os trabalhadores tivessem que esperar o “fluxo” ou a misteriosa “correlação de forças”, ficariam sentados esperando. Tal perspectiva vai mesmo contra a práxis marxista. Quanto aos argumentos que faziam entender que a convivência na Ocupação estava insuportável, que “as pessoas estão se matando lá dentro”, que tipo de socialistas são estes que não conseguem viver em paz e harmonia consigo mesmos, com seus irmãos de idéias? E é bom que se diga que esse argumento também foi usado por quem sequer passou uma única noite na Ocupação! A retórica variava então de acordo com as conveniências e interesses, se era oportuno dizer que só estudantes podiam participar do movimento, então defendia-se isto com unhas e dentes.

     Vale lembrar que o objetivo que se coloca como finalidade do movimento são as “negociações”. Isto implica no mínimo numa coisa, a redução drástica das reivindicações mais gerais. Num outro sentido, significa reafirmar a política como um balcão de supermercado, isto é, arraigada na lógica capitalista da equivalência, na lógica da troca (de mercadorias). Quando pensamos na palavra “negócio”, o que vem primeiro à nossa mente? Um estabelecimento comercial ou empresarial; um empreendimento; uma compra e venda etc. E é exatamente este o sentido mais abrangente desta palavra. A política entra aí como sócio menor, e todas as artimanhas do comércio ou as transações capitalistas são referências estruturais do modelo político atual. O ideal é chegar ao meio termo sempre, isto é, fazer um bom acordo, um bom negócio. Vale lembrar também que alguns políticos fizeram da política um excelente negócio, um negociarrão! em suas negociatas de bastidores. Assim, é preciso repensar o modelo de se fazer política, quem sabe até propor a auto-gestão nos devidos termos. Exigir dos partidos uma radicalidade crescente, é esperar um rompimento deles com a própria institucionalidade, algo mesmo que poderia por em xeque as suas existências enquanto partidos.

     Deste modo, quando penso na mesa das assembléias formadas apenas por independentes e das críticas que sofreu por sua inexperiência, penso que neste jogo a inexperiência e a ingenuidade talvez sejam mesmo um grande valor moral.

     A Ocupação não foi impassível de críticas. Muitos alegaram, por exemplo, que a Ocupação foi muito bem comportada, nos moldes do “polilticamente correto”, e não teve a ousadia dos anos 60, 70 e 80. Outros fizeram críticas pertinazes com relação ao sistema de entrada que exigia a identificação através da carteirinha tal qual a portaria 1 da cidade universitária. Enfim, tampouco houve a tentativa de se pensar um projeto consistente de transformação social. Todavia, existia uma pontencialidade que parecia rumar para a radicalização, e, além disso, foi uma grande experiência, um aprendizado, como costumava se dizer por lá. Aquela gente toda tentando dialogar, tentando fazer valer suas posições, participando de um processo histórico, foi algo excepcional. Nunca mais vou esquecer de algumas pessoas, de alguns rostos, de alguns olhares. Afinal, tomamos a reitoria, tomamos a praça do relógio, tomamos o relógio, tomamos o tempo! Quem sabe uma alusão ao refrão de Vandré, “quem sabe faz a hora não espera acontecer”. Foi o filósofo Heidegger quem deu a maior atenção à palavra ocupar/ocupação que, se bem entendi, designava fazer-se presente ou o apropriar-se do mundo pelo ser-no-mundo. Com a Ocupação aprendi uma lição profunda de tão simples, a vida acontece agora, e o futuro está presente nesse agora, de modo que a utopia não é uma espacialidade ou temporalidade distante num horizonte à nossa frente mas, o amanhã que já é hoje. Ainda posso ouvir: Ocupa! Ocupa! Ocupa! Ocupa!

Jean Pires de Azevedo Gonçalves,

Bacharel em Geografia e Mestre em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo

Fonte: Ocupação USP

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Dia memorável! A reitoria da UVA foi ocupada!



Foi uma manhã de sexta-feira para ficar registrado na história desta universidade. Em momento único e sublime, o prédio da reitoria da universidade foi ocupada pelos inúmeros estudantes presentes no momento. Em conjunto com o DCE e C.A´s presentes, o movimento estudantil da UVA mostrou seu amadurecimento, sua força e sua ousadia.
Concentrados em primeiro momento no térreo do predio da reitoria, protestos começaram a tomar forças, cartazes erguidos e gritos reinvindicatórios ecoavam os ares do campus betânia, atormentando os insatisfeitos reacionários. Porém, no calor do momento, eis que os estudantes conseguem subir para o andar superior na emimente truculência com os seguranças, ocupando assim o predio. Juntos e unidos, estudantes protestam e se concentram, impedindo assim a passagem num verdadeiro cordão humano. A reunião prevista foi então cancelada, más um parcial diálogo com o SINDIUVA mostrou que a resolução não foi aprovada segundo o CONSUNI, e as propostas do SINDIUVA e DCE serão analisadas democraticamente.
Os inúmeros problemas encontrados na universidade viraram um estopim para a ocupação. Porém o real problema da falta de professores foi a temática da vez. A situação mostrava-se na arrogância do reitor de aprovar uma proposta ridícula e vergonhosa, contemplando inúmeras disciplinas para cada professor, cruzando assim os braços para emergentes contratações de professores efetivos, que na qual iria favorecer o atual falho rendimento acadêmico. Nossa situação é calamitosa, pesquisa e extensão estão praticamente extintos nesta universidade, bolsas de estudos é para poucos, são escolhidos a dedo e ainda recebem um trocado para sobreviver numa cidade que se diz universitária, más que nem restaurante ou residencia universitária tem.
Mais uma vez estamos gritando por melhorias na nossa universidade, e enquanto a desejada mudança não vier estaremos lutando pelos nossos direitos. Más sobre o processo que se estendeu esta ocupação, observa-se que este desejo não vem de hoje, são inúmeros fatores que alimentaram este “fim”. A tempos somos enganados por uma reitoria conhecida pelas suas falácias, discursos bonitos ilusórios na qual tornam os mais desavisados cegos e desorientados nesta crítica situação.
Sempre se repete o discurso sobre as melhorias na nossa universidade, más que melhorias são estas? Para quem ela atende? Para que? A todos os momentos os estudantes não são ouvidos, apesar da UVA ser uma instituição pública a tornam como uma verdadeira privada, sacasticamente exalto os dois sentidos. Podemos refletir que o quanto é gastado nesta universidade já deveria ser destinado a construção dos sonhados R.U´s, simbolo do real descaso de uma educação superior fantasiosa.
Nossa luta não vai e nem deve parar, caro estudantes não se acovarde, entre nessa luta, soe pela sua universidade, não se entimide, mantenha os pés no chão, não tenha medo de cara ruim e muito menos de tempos ruins, só consegue algo aquele que luta, nossa união é o que nos faz crescer!










Eduardo Marques
Diretório Central dos Estudantes- DCE-UEVA

Brasil está pronto para contribuir para o FMI, diz Dilma ao G20... enquanto isso o país está em caos!




A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (3) aos demais líderes do G20 que o Brasil está pronto para contribuir com recursos para o Fundo Monetário Internacional (FMI) na busca de uma solução para a crise na Europa.
Em almoço que marcou o início oficial da reunião de cúpula do G20, Dilma manifestou preocupação de que a crise respingue nos países emergentes e frisou a importância de o grupo pensar em medidas que possam alavancar o crescimento global.
A expectativa na semana passada era que o G20 pudesse definir um modelo de apoio ao plano de resgate da Grécia aprovado pela União Europeia na última quinta-feira. O Brasil vinha afirmando sua disposição de fornecer mais recursos via acordos bilaterais com o FMI que pudessem se traduzir no compromisso de futuros aumentos de cotas na instituição.
As incertezas em torno da zona do euro, contudo, se aprofundaram após a convocação pelo governo grego de um plebiscito para consultar a população sobre o plano de resgate, ou sobre a permanência no euro. Em meio a preocupações crescentes de que a Grécia possa deixar a moeda comum europeia, diminuiu a expectativa de que o grupo, e em particular a China, possa se comprometer com uma ajuda mais substancial a Atenas.
Dilma afirmou que o Brasil é solidário com a Europa, mas defendeu que as dificuldades demandam liderança e uma ação clara e rápida. Segundo uma fonte familiarizada com o encontro, a presidente frisou que o continente é um “patrimônio democrático” que precisa ser preservado.
Acordo com Grécia na berlinda
O premiê grego, George Papandreou, anunciou na segunda-feira a convocação de um referendo para aprovar o plano de resgate à Grécia. Porém, uma pesquisa feita pela empresa Kappa indicou que 60% dos entrevistados no país são contrários ao acordo alcançado com os sócios europeus.
O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, criticou a medida e disse que, se a iniciativa for recusada, será um caos. “Se for aprovado (o acordo), poderá ser um sinal positivo para as pessoas. Se fracassar (e a iniciativa for rejeitada), será um caos”, afirmou.
Após forte polêmica, Papandreou anunciou, nesta quinta (3), que retirará a proposta do referendo se a oposição ao governo apoiar o pacote de resgate.
“Ficarei feliz se não fizermos o plebiscito, que nunca foi um fim em si mesmo. Fiquei contente de que toda essa discussão tenha trazido várias pessoas de volta ao bom senso”, disse Papandreou, em comunicado citado pela agência de notícias Reuters. “Se a oposição sentar à mesa para apoiar o resgate, um referendo não será necessário.”
Proposta da União Europeia
A Europa chegou a Cannes com um pacote de medidas adotado na quinta-feira passada, em Bruxelas, para tentar resolver uma crise da dívida, que dura já dois anos, e para tentar evitar uma recessão da economia mundial.
Uma das decisões foi ampliar o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, dos atuais € 440 bilhões para € 1 trilhão, para evitar o contágio de outros países da zona do euro, como Itália e Espanha.
Apesar de não estar muito definido o funcionamento deste fundo de resgate, os europeus esperam que países emergentes como Brasil e China possam contribuir.
Os líderes europeus também fecharam um acordo com os credores privados que possuem títulos da dívida da Grécia. Eles aceitaram perdas de 50% nos seus papéis, o equivalente a € 100 bilhões (US$ 140 bilhões).
Como é o plano de resgate à Grécia
O plano de resgate à Grécia para evitar um calote da dívida pública foi firmado na semana passada, em Bruxelas, após 11 horas de negociações entre os líderes da União Europeia.
Eles fecharam um acordo com os credores privados que possuem títulos da dívida da Grécia, e que aceitaram perdas de 50% nos seus papéis, o equivalente a 100 bilhões de euro (US$ 140 bilhões).
Em contrapartida, a Grécia se compromete a continuar adotando uma firme política de economia, com privatizações, cortes de empregos públicos, reduções salariais e enxugamento das despesas.
Agenda de Dilma
Pela manhã, antes da abertura dos trabalhos do G20, Dilma participou de encontro com os demais líderes dos Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Na reunião, segundo a delegação chinesa, o grupo trocou impressões sobre a situação econômica global e discutiu a crise de dívida da Europa.
Ainda durante a manhã, Dilma teve reuniões bilaterais com o presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, e com o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong.

Fonte: UOL com informações da Reuters