Saudações Companheiros!

A luta deles é para segregar, a nossa luta é para unificar. Nossa luta não é a luta do contrapoder: é a luta do antipoder. John Holloway

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Nota de esclarecimento aos alunos da UEVA

Antes de esclarececer certos contratempos, é preciso explicar uma considerável ausência por ambas partes, tanto do blog por estar em dívidas na disposição das informações, quanto pelos alunos que ainda mantém uma postura omissa relacionado à interação com este veículo de informação.
Em meio a um período de férias, alguns membros da atual gestão do Diretório Central dos Estudantes da UEVA retiraram-se para suas respectivas cidades ao encontro dos seus familiares, na qual gozariam do privilégio de descansar e se preparar para mais um período turbulento na nossa IES. Outros, como já são naturais da cidade de Sobral, continuaram as atividades normais na sede do DCE, e lá ficaram de plantão. O motivo do atraso das informações está relacionado pelo não acesso a ferramenta básica para a manipulação do blog, quer dizer a internet, sendo que o responsável pela ferramenta estava em período de recesso merecido com a família. Não chega a ser banal, pedimos desculpas pelo atraso, a intenção do Diretório Central dos Estudantes é discutir alguns pontos no decorrer do período letivo, sendo assim mais conveniente. Outro ponto é uma maior interação dos estudantes, é preciso uma maior participação, a força do DCE não está nos seus membros más sim na comunidade acadêmica, sem isto não somos nada, somos apenas doze desconsideráveis estudantes, utópicos lutadores.
Referente à audiência ocorrida em Fortaleza e Sobral, mais uma vez repetiu-se o que não queriamos que repetisse, o estado se calou e deu as costas aos apelos dos estudantes. Foi memorável alguns estudantes da UEVA em Fortaleza subirem no palanque e reinvindicar contra a situação, não deixa de ser expressivo este ato que teve como ponto forte a presença de ilustres figuras no cenário político e também da mídia. Só que mais uma vez ficamos apenas nas palavras, tivemos um bom número de estudantes neste dia na capital, porém o governador finge não estar escutando, dando as costas para a nossa universidade. Em Sobral os fatos foram diferentes, infelizmente houve um desencontro no dia pela não confirmação do horário e o resultado foi que o número de estudantes não foi expressivo. Mais uma vez ficou resumido em conversas, não houve praticamente nenhum acerto, nenhum esclarecimento aos estudantes, é real que a universidade vai continuar com a mesma postura em manter o professor colaborador, más isso é gás para que possamos lutar e vencer este atraso. Recebemos informações que em outras IES os fatos já estão mudando, e porque na nossa universidade nada muda? Não iremos nos calar, é preciso pressionar o governo para que a situação mude. Maiores informação será debatida em assembléias, debates, encontros no decorrer do período letivo.

Atenciosamente;
Eduardo Marques- Diretório Central dos Estudantes- DCE-UEVA

terça-feira, 12 de julho de 2011

Stédile: Governo Dilma não tem projeto nacional e popular

Governo Dilma não tem um projeto nacional e popular, diz Stédile
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) engrossa manifestações da Central Única dos Trabalhadores (CUT) com a esperança de que lutas sociais sejam retomadas no Brasil. Para o coordenador nacional do MST, João Pedro Stédile, partidos políticos não são mais capazes de defender o interesse dos trabalhadores. “Falta ao governo Dilma um projeto de desenvolvimento nacional a partir dos interesses populares”, afirma Stédile, em entrevista exclusiva.
André Barrocal, na Carta Maior
BRASÍLIA – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) vai engrossar os atos populares programados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) para esta quarta-feira (06/07) em todo o Brasil. A intenção é tentar reacender a chama das lutas sociais no país, que teriam sido abandonadas pelos partidos políticos.
“Na eleição de 2010, percebemos que as propostas das centrais sindicais eram mais avançadas do que a dos partidos”, diz o coordenador nacional do MST, João Pedro Stédile. “E muito mais avançadas ainda do que o programa da candidata Dilma”, completa.
Para Stédile, este tipo de mobilização é necessário para pressionar o governo Dilma Rousseff a adotar um “projeto de desenvolvimento nacional” que atenda os interesses dos trabalhadores.
Abaixo, o leitor confere a íntegra da entrevista exclusiva concedida por Stédile à Carta Maior.

Por que o MST decidiu unir-se à CUT na mobilização?

O MST apoia todas as lutas sociais do povo brasileiro. E ficamos muito contentes quando a CUT nos procurou com seu programa de mobilização. Realizamos reuniões com os demais movimentos socais, da Via Campesina e urbanos, para que todos, de alguma forma, pudéssemos nos somar a essa jornada. O movimento sindical é a principal força organizada da classe trabalhadora brasileira. E por isso tem muita responsabilidade para a retomada das lutas sociais e para conseguir, através das mobiliações, arrancar da classe dominante as melhorias das condições de vida para todo povo.

Do ponto de vista do MST, qual a reivindicação mais importante a ser lançada nas mobilizações?

A CUT tem apresentado uma pauta muito importante que interessa à base dela mas tambem a toda classe trabalhadora. Nós do MST e da Via Campesina temos nossa pauta específica que tem alguns pontos emergenciais, como anistiar as dívidas dos pequenos agricultores no Pronaf [Programa Nacional de Agricultura Familiar], acelerar o assentamento de 80 mil famílias acampadas e implementar programas estruturantes de distribuição de renda e desenvolvimento no meio rural.
A pauta geral divulgada pela CUT parece “à esquerda”. O MST acha que está faltando quem defenda, no cenário político, uma agenda com esta característica?
Estamos enfrentando um enorme desafio: os partidos políticos ditos de esquerda não têm conseguido apresentar programas da classe trabalhadora. Como fruto da derrota dos países do leste, da crise ideológica e da ofensiva do capital, os partidos priorizaram a luta institucional e se descaracterizaram do ponto de vista ideológico e de classe. Basta ver a forma como os parlamentares votam em questões que interessam aos trabalhadores, no Congresso. Na eleição de 2010, percebemos que as propostas das centrais sindicais eram mais avançadas do que a dos partidos. E muito mais avançadas ainda do que o programa da candidata Dilma.
O governo Dilma está precisando ser puxado mais para a esquerda?
O governo Dilma é resultado de uma composição de classes sociais, diversas e até antagônicas, que foi possível e necessária para ganhar as eleições frente ao projeto neoliberal representado pelo [tucano José] Serra. No entanto, falta ao governo Dilma um projeto de desenvolvimento nacional a partir dos interesses populares. Administrar o Estado, para que haja crescimento econômico com distribuição de renda, é insuficiente como projeto de nação.
Qual projeto o MST defende?
Um projeto de desenvolvimento que seja nacionalista, justo socialmente, ambientalmente sustentável e hegemonizado pela ótica dos interesses populares. Mas isso não depende da vontade do governo ou dos partidos de sua base. Será necessário um verdadeiro mutirão social para construir uma unidade de forças em torno deste projeto e isso leva tempo. Esperamos que esta jornada seja apenas o incío da retomada de muitas mobilizações.


Famílias sem terra acampadas sofrem despejo violento no interior do Ceará.


Era aproximadamente 11:30 da manhã do dia de hoje, 11, quando chegou a Mauriti, na região do cariri, divisa com o Estado da Paraíba, cerca de cinqüenta  (50)  policiais militares de Juazeiro, ao chegarem apresentam as 80 famílias acampadas na fazenda Lagoa Cercada, á ordem de despejo. A ordem era explicita retirar às famílias a força. O caminhão para a retirada das famílias foi emprestado coincidentemente pela Prefeitura Municipal de Mauriti, a frente o Prefeito Isaac Gomes da Silva Junior do Partido dos Trabalhadores, PT.
 Sem tempo para pegar seus pertences, os trabalhadores e trabalhadoras logo entram em desespero, quando alguém grita. “estão tocando fogo nos barracos”, começa o corre-corre. Os policiais começam a derrubar os barracos e por fogo com todos os pertences das famílias dentro. Segundo informações dos acampados quatro pessoas estão feridas, entre homens mulheres e crianças. Ainda três acampados presos, sob acusação de desacato, por tentarem impedir com que a polícia queimasse o que lhes restou, da longa luta por um pedaço de terra.
Por telefone, um acampado que não quer revelar o nome com medo de represálias, fala que os policiais ameaçaram com armas na cabeça dos que tentavam salvar suas barracas, até o momento os três trabalhadores que foram presos, continuam “sem ter o direito de receber visita dos familiares” afirma a coordenação local do MST.
  De acordo Com informações da coordenação do MST no Ceará, “Essa é a segunda reintegração de posse em acampamentos nosso”  para Antonia Ivoneide, da coordenação estadual do MST, “ Há um compromisso do governo do estado em negociar, essa ação que ocorreu é um ato inconstitucional, onde está o respeito a vida das pessoas”.
Para o ouvidor agrário do Estado Vasconcelos Araújo, “esse tipo de ação não era esperada, nem o secretário de desenvolvimento agrário esperava isso”. Confirmando o compromisso do governo do estado de que ações desse tipo não são recomendadas. “já estamos tomando a providência”, completa Vasconcelos.
Hoje no Ceará vivem em acampamentos cerca de três mil famílias ( 3 mil) em 26 acampamentos espalhados em todas as regiões do estado. Para o movimento á uma represália do setor conservador do poder judiciário “que persegue e criminaliza a luta no campo, impedido o acesso a terra como manda a constituição” afirma Ivoneide.
A tensão continua, o movimento espera uma imediata intervenção do estado, para desapropriar a área e libertar os acampados presos.
 Enquanto isso: Em Fortaleza cerca de 150 famílias ocupou nesta manhã o prédio do Instituto nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na Avenida José Bastos, para pressionar a assinatura do convênio de assistência técnica para os assentamentos de reforma agrária. O Incra já havia se comprometido, que no dia 08 de julho o convênio estaria assinado, mas conforme informações do MST até agora nada foi feito.
 
 Por
Marcelo Matos
Contatos 85260654, 99068447   - twitter @marcelomatos2

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Professora do RN que criticou a educação recusa prêmio de empresários .

Por que não aceitei o prêmio do PNBE


Oi,

Nesta segunda, o Pensamento Nacional de Bases Empresariais (PNBE) vai entregar o prêmio “Brasileiros de Valor 2011″. O júri me escolheu, mas, depois de analisar um pouco, decidi recusar o prêmio.


Mandei essa carta aí embaixo para a organização, agradecendo e expondo os motivos pelos quais não iria receber a premiação. Minha luta é outra.


Espero que a carta sirva para debatermos a privatização do ensino e o papel de organizações e campanhas que se dizem “amigas da escola”.

Amanda


Natal, 02 de julho de 2011

Prezado júri do 19º Prêmio PNBE,

Recebi comunicado notificando que este júri decidiu conferir-me o prêmio de 2011 na categoria Educador de Valor, “pela relevante posição a favor da dignidade humana e o amor a educação”. A premiação é importante reconhecimento do movimento reivindicativo dos professores, de seu papel central no processo educativo e na vida de nosso país. A dramática situação na qual se encontra hoje a escola brasileira tem acarretado uma inédita desvalorização do trabalho docente. Os salários aviltantes, as péssimas condições de trabalho, as absurdas exigências por parte das secretarias e do Ministério da Educação fazem com que seja cada vez maior o número de professores talentosos que após um curto e angustiante período de exercício da docência exonera-se em busca de melhores condições de vida e trabalho.


Embora exista desde 1994 esta é a primeira vez que esse prêmio é destinado a uma professora comprometida com o movimento reivindicativo de sua categoria. Evidenciando suas prioridades, esse mesmo prêmio foi antes de mim destinado à Fundação Bradesco, à Fundação Victor Civita (editora Abril), ao Canal Futura (mantido pela Rede Globo) e a empresários da educação. Em categorias diferentes também foram agraciadas com ele corporações como Banco Itaú, Embraer, Natura Cosméticos, McDonald’s, Brasil Telecon e Casas Bahia, bem como a políticos tradicionais como Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon, Gabriel Chalita e Marina Silva.


A minha luta é muito diferente dessas instituições, empresas e personalidades. Minha luta é igual a de milhares de professores da rede pública. É um combate pelo ensino público, gratuito e de qualidade, pela valorização do trabalho docente e para que 10% do Produto Interno Bruto seja destinado imediatamente para a educação. Os pressupostos dessa luta são diametralmente diferentes daqueles que norteiam o PNBE. Entidade empresarial fundada no final da década de 1980, esta manteve sempre seu compromisso com a economia de mercado. Assim como o movimento dos professores sou contrária à mercantilização do ensino e ao modelo empreendedorista defendido pelo PNBE. A educação não é uma mercadoria, mas um direito inalienável de todo ser humano. Ela não é uma atividade que possa ser gerenciada por meio de um modelo empresarial, mas um bem público que deve ser administrado de modo eficiente e sem perder de vista sua finalidade.


Oponho-me à privatização da educação, às parcerias empresa-escola e às chamadas “organizações da sociedade civil de interesse público” (Oscips), utilizadas para desobrigar o Estado de seu dever para com o ensino público. Defendo que 10% do PIB seja destinado exclusivamente para instituições educacionais estatais e gratuitas. Não quero que nenhum centavo seja dirigido para organizações que se autodenominam amigas ou parceiras da escola, mas que encaram estas apenas como uma oportunidade de marketing ou, simplesmente, de negócios e desoneração fiscal.


Por essa razão, não posso aceitar esse Prêmio. Aceitá-lo significaria renunciar a tudo por que tenho lutado desde 2001, quando ingressei em uma Universidade pública, que era gradativamente privatizada, muito embora somente dez anos depois, por força da internet, a minha voz tenha sido ouvida, ecoando a voz de milhões de trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro que hoje compartilham comigo suas angústias históricas. Prefiro, então, recusá-lo e ficar com meus ideais, ao lado de meus companheiros e longe dos empresários da educação.


Saudações,
Professora Amanda Gurgel


Projeto de lei, relatado pelo senador Alvaro Dias, prevê que universidades contratem professores sem mestrado ou doutorado.

Por Fernando Vives.

Oficialmente, a livre docência no ensino superior do Brasil só pode ser exercida por mestres e doutores, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) vigente. No entanto, um projeto de lei do Senado, que tem Alvaro Dias (PSDB-PR) como relator, pretende dispensar a necessidade de pós-graduação em instituições superiores.
O projeto do senador tucano, de número 220/2010, foi aprovado à francesa na Comissão da Educação do Senado em junho último e deve ser discutido em sessão da Casa nas próximas semanas. Uma vez aprovado, qualquer pessoa com nível superior poderá dar aula em qualquer universidade do país.No sistema atual, há muitos casos em que a instituição superior tem professores ainda sem mestrado dando aulas. Mas estes casos se enquadram em uma concessão do MEC (Ministério da Educação) até que a instituição se organize para ter profissionais gabaritados, com prazo definido.A ideia dos idealizadores do projeto 222/2010 é democratizar o ensino superior, com mais gente dando aula em mais faculdades. No entanto, a possível mudança gera preocupação nos meios acadêmicos. A Federação dos Professores do Estado de São Paulo divulgou nota declarando considerar um retrocesso a mudança: “Os empresários do ensino privado, que nunca dormem no ponto, viram na proposta uma grande oportunidade para flexibilizar as regras de contratação em todos os cursos da rede privada. 

Para tanto, tiveram o apoio do senador Alvaro Dias, relator da proposta na Comissão de Educação. Generoso, o parlamentar manteve a possibilidade de contratar graduados, suprimiu a ‘relevante experiência profissional’ e ainda estendeu a flexibilização para todos os cursos”.O professor José Roberto Castilho Piqueira, da Escola Politécnica da USP, é incisivamente contrário à proposta do senador tucano. “Muitas vezes algumas universidades particulares mandam o professor embora quando ele faz o mestrado ou o doutorado, porque tem que pagar salários maiores para ele. O espírito desta emenda, na minha opinião, é o ‘tá liberado’. Posso contratar qualquer pessoa com qualquer nível de graduação, mesmo com formação parca, para aumentar meus lucros”, afirma.Castilho Piqueira também enxerga a possível mudança como anti-democrática. “Existe uma demanda muito forte para os cursos de Engenharia e Tecnologia para as próximas décadas no Brasil. O Estado investe muito dinheiro na qualificação de profissionais através do Capes, Faperj, Unifesp e outras. E, no entanto, quando você permite essa mudança, faz com que os mestres e doutores formados com dinheiro público não devolvam esse conhecimento à sociedade. É um desperdício. Os que querem a mudança vestem uma fantasia de liberais e nos pintam como autoritários, como quem diz que esses caras acham que só título que interessa e nós sabemos reconhecer o trabalho prático. Na prática, isso é balela”, complementa Piqueira.Já existe uma petição online para pressionar o Senado a votar contra a o projeto de lei 222/10.