Saudações Companheiros!

A luta deles é para segregar, a nossa luta é para unificar. Nossa luta não é a luta do contrapoder: é a luta do antipoder. John Holloway

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Em defesa dos nossos coletivos



Os debates em torno da mobilidade urbana das grandes cidades brasileiras têm ganhado cada vez mais força e relevância, tanto pelos problemas cotidianos de tráfego quanto pelo discurso em prol de um estilo de vida mais sustentável. Especialistas e leigos são unânimes em afirmar que boa parte da situação caótica de nossas ruas e avenidas poderia ser amenizada se as administrações municipais, estaduais e federal investissem maciçamente em uma real melhoria das condições de acesso e uso dos transportes coletivos, como os ônibus, trens e metrôs.

É de se lamentar o fato de que, recentemente, algumas capitais como Teresina (PI) e Vitória (ES) tiveram aumentos nas tarifas de coletivos, fato que provocou a legítima indignação dos usuários. Fortaleza não está livre de um futuro aumento, mesmo que o slogan de possuir uma das passagens menos caras do Brasil seja fartamente utilizado nas próximas eleições em benefício do candidato escolhido pela atual prefeita. Ao permitir que empresários do ramo rodoviário manipulem os preços das passagens, muito provavelmente movidos pela sede de lucro e sem uma real preocupação em trazer qualquer benefício ou conforto adicional que justifique os aumentos, os gestores eleitos pelo povo matam qualquer discurso "verde" e qualquer possibilidade concreta de melhorar o fluxo urbano.
O elevada tarifa, aliada à sensação de insegurança e ao desconforto das viagens, especialmente quando os veículos estão lotados, servem como desestímulo ao seu uso. Pior ainda é a situação das mulheres, por serem vítimas potenciais de violência sexual, algo que infelizmente é naturalizado e retratado com deboche por programas "humorísticos" de TV como o Zorra Total, exibido pela Rede Globo.

Se uma pessoa adquire condições de comprar o seu próprio veículo, ela o fará movida pelo seu próprio conforto e pelo descrédito no uso dos ônibus, metrôs e afins. A mobilidade urbana e a preservação do meio-ambiente são temas deixados de lado quando essa pessoa se sente lesada pelas ineficácias do transporte coletivo e tem suas pressas pessoais. Mesmo sendo uma postura compreensível, não está certa. Se quisermos realmente evitar o colapso urbano, é fundamental lutar por transportes coletivos que tenham preços justos e condições concretas de conforto e segurança.

Fonte: Blog Rabiscos da Débora

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