Era aproximadamente 11:30 da manhã do dia de hoje, 11, quando chegou a Mauriti, na região do cariri, divisa com o Estado da Paraíba, cerca de cinqüenta (50) policiais militares de Juazeiro, ao chegarem apresentam as 80 famílias acampadas na fazenda Lagoa Cercada, á ordem de despejo. A ordem era explicita retirar às famílias a força. O caminhão para a retirada das famílias foi emprestado coincidentemente pela Prefeitura Municipal de Mauriti, a frente o Prefeito Isaac Gomes da Silva Junior do Partido dos Trabalhadores, PT.
Sem tempo para pegar seus pertences, os trabalhadores e trabalhadoras logo entram em desespero, quando alguém grita. “estão tocando fogo nos barracos”, começa o corre-corre. Os policiais começam a derrubar os barracos e por fogo com todos os pertences das famílias dentro. Segundo informações dos acampados quatro pessoas estão feridas, entre homens mulheres e crianças. Ainda três acampados presos, sob acusação de desacato, por tentarem impedir com que a polícia queimasse o que lhes restou, da longa luta por um pedaço de terra.
Por telefone, um acampado que não quer revelar o nome com medo de represálias, fala que os policiais ameaçaram com armas na cabeça dos que tentavam salvar suas barracas, até o momento os três trabalhadores que foram presos, continuam “sem ter o direito de receber visita dos familiares” afirma a coordenação local do MST.
De acordo Com informações da coordenação do MST no Ceará, “Essa é a segunda reintegração de posse em acampamentos nosso” para Antonia Ivoneide, da coordenação estadual do MST, “ Há um compromisso do governo do estado em negociar, essa ação que ocorreu é um ato inconstitucional, onde está o respeito a vida das pessoas”.
Para o ouvidor agrário do Estado Vasconcelos Araújo, “esse tipo de ação não era esperada, nem o secretário de desenvolvimento agrário esperava isso”. Confirmando o compromisso do governo do estado de que ações desse tipo não são recomendadas. “já estamos tomando a providência”, completa Vasconcelos.
Hoje no Ceará vivem em acampamentos cerca de três mil famílias ( 3 mil) em 26 acampamentos espalhados em todas as regiões do estado. Para o movimento á uma represália do setor conservador do poder judiciário “que persegue e criminaliza a luta no campo, impedido o acesso a terra como manda a constituição” afirma Ivoneide.
A tensão continua, o movimento espera uma imediata intervenção do estado, para desapropriar a área e libertar os acampados presos.
Enquanto isso: Em Fortaleza cerca de 150 famílias ocupou nesta manhã o prédio do Instituto nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na Avenida José Bastos, para pressionar a assinatura do convênio de assistência técnica para os assentamentos de reforma agrária. O Incra já havia se comprometido, que no dia 08 de julho o convênio estaria assinado, mas conforme informações do MST até agora nada foi feito.
Por
Marcelo Matos
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ResponderExcluirEsse blog está ficando muito desfocado, sugiro uma reavaliação dos objetivos desse canal de comunicação que seria, no meu vê, para informar os alunos da UVA. Como por exemplo, o que aconteceu na audiência marcada com o governo.
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