Saudações Companheiros!

A luta deles é para segregar, a nossa luta é para unificar. Nossa luta não é a luta do contrapoder: é a luta do antipoder. John Holloway

domingo, 17 de abril de 2011

Concepções sobre: OS MOVIMENTOS SOCIAIS E A ORGANIZAÇÃO POPULAR.

Federação anarquista do Rio de Janeiro

É o próprio povo, são os famintos,
são os deserdados os que têm de abolir a miséria.
Ricardo Flores Magón

Organizar as forças do povo para realizar tal revolução [social],
é o único fim daqueles que desejam sinceramente a liberdade.
Mikhail Bakunin
                                                                                                                         
Favorecer as organizações populares de todos os tipos é a conseqüência
lógica de nossas idéias fundamentais e, assim, deveria
fazer parte integrante de nosso programa.
Errico Malatesta

“É verdade que há [no povo] uma grande força elementar, uma força sem dúvida nenhuma superior à do governo, e à das classes dirigentes tomadas em conjunto; mas sem organização uma força elementar não é uma força real. É nesta incontestável vantagem da força organizada sobre a força elementar do povo que se baseia a força do Estado. Por isso, o problema não é saber se eles [o povo] se podem sublevar, mas se são capazes de construir uma organização que lhes dê os meios de chegar a um fim vitorioso – não por uma vitória fortuita, mas por um triunfo prolongado e derradeiro.”[Mikhail Bakunin. “Necessidades da Organização”. In: Conceito de Liberdade, p. 136.]

“Pela associação, eles [os trabalhadores] instruem-se, informam-se mutuamente, e põem fim, por seus próprios esforços, a essa fatal ignorância que é uma das principais causas de sua escravidão. Pela associação, eles aprendem a ajudar-se, conhecer-se, apoiar-se um no outro, e acabarão por criar uma força mais formidável do que aquela de todos os capitalistas burgueses e de todos os poderes políticos reunidos.”[Ibidem. p. 90.]

“Por meio das organizações fundadas para a defesa de seus interesses, os trabalhadores adquirem a consciência da opressão em que se encontram e do antagonismo que os divide dos patrões [ou da classe dominante] começam a desejar uma vida melhor, habituam-se à luta coletiva e à solidariedade e podem chegar a conquistar aquelas melhorias que são compatíveis com a persistência do regime capitalista e estatal.”[Errico Malatesta. “Los Anarquistas y los Movimientos Obreros”.In: Vernon Richards. Op. Cit. p. 111.]

“Toda essa gente deve ser afastada do movimento social, pois não defendem os interesses do movimento social, mas seus próprios interesses. O movimento social não precisa de chefes, de dirigentes ou de gente que queira usá-lo. O movimento social precisa de gente que queira apoiá-lo e lutar junto com ele, mas não lutar por ele, no seu lugar. Lugar que é legitimado pela necessidade de sobrevivência e pela dignidade que possuem as causas que promovem a verdadeira solidariedade.”[Universidade Popular. Capitalismo, Anticapitalismo e Organização Popular. Rio de Janeiro: UP/MTD-RJ (no prelo)].

“[...] vós todos que possuís conhecimentos, talentos, se tendes coração, vinde, pois, vós e vossos companheiros, colocá-los a serviço daqueles que mais precisam. E sabei que se vierdes, não como senhores, mas como camaradas de luta; não para governar, mas para inspirar-vos em um novo meio; menos para ensinar do que para conceber as aspirações das massas, adivinhá-las e formulá-las, e depois trabalhar, sem descanso, continuamente, [...] para fazê-los entrar na vida – sabei que então, mas só então, vivereis uma vida completa.”[Piotr Kropotkin. “Aos Jovens”. In: Palavras de um Revoltado, p. 67.]

“em reação constante contra o meio atual, nada espera dos homens, das potências ou das forças exteriores a ele, mas [...] cria suas próprias condições de luta e retira de si mesmo seus meios de ação. [...] Portanto, a ação direta é a clara e pura concreção do espírito de revolta: materializa a luta de classes que ela faz passar do campo da teoria e da abstração ao campo da prática e da realização. Em conseqüência, a ação direta é a luta de classes vivida no dia-a-dia, é o assalto permanente contra o capitalismo.”[Emile Pouget. L’Action Directe.]

“afirmamos que a política, no sentido que a defendemos, não tem sentido partidário, mas sim sentido de gestão daquilo que é público, de todos. A política que é feita pelo povo, devidamente organizado, decidindo efetivamente sobre tudo o que lhe diz respeito. A política que defendemos é aquela que se coloca hoje como uma luta dos trabalhadores, organizada de baixo para cima, contra a exploração e a opressão de que somos vítimas. É nas mobilizações sociais que enxergamos alguma perspectiva de mudança política significativa na sociedade.”[FARJ. “A Política não é para os Políticos”. In: Libera 136. Rio de Janeiro, 2006.]

“no sentido que quer substituir uma sociedade fundada na iniqüidade, na exploração da imensa maioria dos homens por uma minoria opressiva, no privilégio, no ócio, e em uma autoridade protetora de todas essas belas coisas, por uma sociedade fundada nessa justiça igual para todos e na liberdade de todos. [...] Quer, em resumo, uma organização econômica, política e social, na qual todo ser humano, sem prejuízos para suas particularidades naturais e individuais, encontra uma igual possibilidade de desenvolver-se, instruir-se, pensar, trabalhar, agir e desfrutar a vida como homem.”[Mikhail Bakunin. A Dupla Greve de Genebra, pp. 92-93.]

“Em certas épocas, que são geralmente as precursoras dos grandes acontecimentos históricos, dos grandes triunfos da humanidade, tudo parece avançar num passo acelerado, tudo respira força: as inteligências, os corações, as vontades, tudo vai em uníssono, tudo parece ir à conquista de novos horizontes. Então, estabelece-se em toda a sociedade, como uma corrente elétrica que une os indivíduos mais afastados num mesmo sentimento e as inteligências mais díspares num mesmo pensamento que imprime a todos a mesma vontade. [...] Mas há outras épocas sombrias, desesperantes, fatais, onde tudo respira a decadência, a prostração e a morte, e que manifestam um verdadeiro eclipse da consciência pública e privada. São os refluxos que segue sempre as grandes catástrofes históricas.”[Idem. “Algumas Condições da Revolução”. In: Conceito de Liberdade, pp. 128-129.]

Este artigo é um trecho de Anarquismo Social e Organização

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