Saudações Companheiros!

A luta deles é para segregar, a nossa luta é para unificar. Nossa luta não é a luta do contrapoder: é a luta do antipoder. John Holloway

sexta-feira, 20 de abril de 2012

O “AMIGO” DA UNIVERSIDADE E A IMPLANTAÇÃO DO VOLUNTARIADO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR




No dia 30 de março de 2012, segundo o site da própria UVA, na reunião do Conselho Universitário (CONSUNI), a reitoria da UVA tirou da manga mais uma peça de sua política neoliberal de desvalorização e desqualificação da nossa instituição — o professor voluntário!!!

A instituição da figura do professor voluntário, assim como a do professor colaborador, visa a precarização do trabalho docente, a fragilização da luta docente por concurso público para professor efetivo e o aligeiramento do ensino superior. Como sabemos, a precarização do trabalho docente se efetiva mediante diversas formas: jornada de trabalho ampliada, perda de autonomia intelectual, baixos salários, contratos temporários, dentre outras.

Em nosso entendimento, a implantação do professor voluntário não tem nenhuma justificativa pedagógica, acadêmica ou científica. Sua existência tem a ver com o arrocho fiscal, com a política deliberada de não realização de concurso público e destruição dos serviços públicos. Essa política, além de nefasta, é de uma crueldade sem par, pois os nossos jovens são oriundos de famílias de baixa renda e precisam de um ensino de qualidade para prepará-los condignamente para a vida profissional e para inseri-los na vida social e política do estado e do país.

O professor voluntário é a retomada do discurso apresentado de forma midiática — o “amigo” da escola, o voluntariado — agora, na educação superior. Tal discurso e prática prestam um desserviço à comunidade acadêmica, pois joga água no moinho do processo, já avançado de privatização da instituição.  

A reitoria atual é a vanguarda do atraso, pois não tem em seu horizonte político a defesa do patrimônio cultural da região norte do Ceará materializado na Universidade Estadual Vale do Acaraú e nem a elevação do patamar cultural dos jovens da referida região. Isso fica evidente com o descalabro já causado à instituição pela privataria tucana (mudança do regime jurídico da UVA para fundação pública de direito privado em 1993, ausência de um prédio próprio da instituição transferindo milhares de reais por mês para o clero, nomeação de reitor por meio de processo absolutamente antidemocrático, professor colaborador, etc).

Nesse contexto, impõe-se como tarefa a refundação da UVA, sob bases públicas, e a ação da comunidade universitária em tomar para si o destino da instituição. A história nos ensina que é possível, pois, lembremos que, em pleno 1918, em Córdoba, na Argentina, os estudantes redefiniram o destino da Universidade de Córdoba ao se levantar contra as oligarquias, o clero e a burocracia universitária e exigir governo tripartite (alunos, professores e funcionários), ensino público, laico e democrático. Esse movimento ficou conhecido como reforma de Córdoba e se espraiou pela América Latina e pelo mundo chegando a influenciar alguns dirigentes do maio de 1968, na França.

Os problemas da UVA são decorrentes da falta de autonomia universitária (de gestão financeira, didático-pedagógica) e de gestão democrática. Só a nossa luta poderá refundar a UVA pública e o SINDIUVA, assim como o DCE, estão desfraldando a bandeira da Estatuinte, ponto de partida desse processo.

No dia 25 de abril, no Auditório do CCH, às 19 horas, estaremos deflagrando a Campanha pela Estatuinte com a palestra do professor Cesar Minto, (Prof. da USP e da Diretoria do Andes), e sua presença é fundamental pois como diz Bertold Brecht:



Quem for derrubado, que se levante!

Quem estiver perdido, lute!

 Pois os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã

 E o nunca se faz: Hoje ainda!



 Estatuinte Já! Concurso Público para Professor Efetivo! Assistência Estudantil! Eleições Diretas e Paritárias para Reitor e demais órgãos diretivos! Autonomia e Democracia Universitárias!



SINDIUVA

DCE

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